terça-feira, 11 de novembro de 2008

"A crise no BPN"

Tomei conhecimento pela comunicação social que o Dr. Cadilhe impôs ao banco, um Plano Poupança Reforma no valor de 10 milhões de euros, durante as negociações de entrada para presidente do BPN, e ainda com a exigência que o mesmo fosse depositado noutra instituição, tendo sido premiada a seguradora Zurich.
Se fizermos uma análise generalizada de quem ocupa estes cargos, verificamos que são pessoas que já ocuparam lugares governamentais, neste caso, penso que já lá passaram 2 ou 3 ministros, 1 secretário de estado, etc., dando-se ao "luxo" de saltarem de banco para banco, fazendo lembrar o velho ditado "quem mais der mais amigo é".
Estou convencido que em Portugal há pessoas altamente qualificadas para desempenhar estas funções, sem estas exigências, porque não tenho conhecimento que exista algum imperativo legal, que obrigue a que estes lugares tenham de ser desempenhados por ex-governantes.
Tenho verificado que as instituições e empresas onde passam estas pessoas, não têm muito sucesso, e se o têm, é à custa de adjudicações de obras públicas sem concurso a essas empresas, e se não estou a dizer a verdade, vejamos o exemplo das obras do Porto de Lisboa.
O mais engraçado, é quando ouvimos um debate na televisão sobre estes assuntos, ninguém tem culpa, todos têm argumentos para se justificarem, ou seja, todos falam verdade, como o buraco do BPN, que nenhum administrador sabe de nada, até parece que o dinheiro desapareceu sózinho.
Em minha opinião, a nacionalização deste banco, só deveria assegurar os depósitos dos clientes, os 10 milhões, que fossem assegurados pelos accionistas, porque foram eles que compactuaram com estas injustiças, as quais são um "atentado" a quem ganha o ordenado mínimo e aos desempregados, já para não falar dos 700 milhões que auferia anualmente referente a vencimento.
Será que o Dr. Cadilhe também vai ser indemnizado por sair do banco?
E sobre o buraco, será que a justiça vai actuar?

1 comentário:

Isabel Alves disse...

Bem visto Carlos, gostei imenso deste teu artigo.
Eu trabalhei para um departamento de estado na Australia, a pessoa encarregue desse departamento tem um mandato de 7 anos, finaliza e nunca mais pode trabalhar para o Sector Publico
Tem depois que ir para o sector privado mas tem certas clausulas no contrato, uma dais quais o proibe de trabalhar para companhias privadas com quais teve contacto durante o mandato no Sector Publico.
Isto evita muita corrupçao!
Talvez um contratozito destes pudesse ser introduzido em Portugal.
Porque sinceramente acho que enquanto nao "limpar-mos" a corrupçao que vem de cima NUNCA avera esperanca para que este país avance...